domingo, 22 de novembro de 2015

Licenciada em Medicina em 1946, com distinção, Laura Guilhermina Martins Ayres iniciou a sua carreira nos hospitais e foi precisamente durante o Internato Geral e, mais tarde, no Internato Complementar que se interessou pelo estudo das doenças transmissíveis.
Após a sua formação nos Serviços Hospitalares, e já no campo da Microbiologia, realizou, entre 1950 e 1953, um estágio no Instituto Superior de Higiene . Nele desenvolveu estudos sobre o vírus da gripe e outras patologias respiratórias, chegando, mesmo, a montar um sector de diagnóstico da “tosse convulsa” que serviu de apoio aos trabalhos de investigação epidemiológica, então realizados por José Cutileiro, no Hospital Curry Cabral e no Centro de Saúde de Lisboa. Nesta fase foi determinante o incentivo dos seus primeiros mestres, José Cutileiro e, sobretudo, Arnaldo Sampaio, responsável pelo Laboratório de Bacteriologia e pelo Centro Nacional da Gripe, do ISH.
Investigadora em Virologia
Em 1955, foi convidada por Arnaldo Sampaio a aplicar os conhecimentos de virologista, que se encontrava num período de grande actividade em duas grandes áreas científicas, as Doenças Transmissíveis, com Arnaldo Sampaio, e a Nutrição, com Gonçalves Ferreira.
Partindo de uma pequena unidade, o Centro Nacional da Gripe, Laura Ayres conseguiu desenvolver o Laboratório de Virologia, com autonomia a partir de 1971 e impô-lo como um dos melhores laboratórios de Virologia Clínica e Epidemiológica, com várias secções diferenciadas. Em 1985, começou a perspectivar a criação e desenvolvimento do Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis, o que se veio a efectivar nesse mesmo ano. O trabalho de Laura Ayres foi também decisivo na formação de técnicos na área da Virologia.
Ao longo da sua vida profissional manteve sempre o interesse pela investigação em Saúde dirigida para o conhecimento das condições do País no campo das doenças infecciosas, na vertente da investigação epidemiológica, em particular das doenças virais evitáveis pela vacinação.


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